O trabalho com alunos com baixa visão baseia-se no princípio de estimular a utilização plena do potencial de visão e dos sentidos remanecentes, bem como na superação de dificuldades e conflitos emocionais.
Algumas sugestões para pais, professores e outras pessoas que convivem com a criança de baixa visão na idade escolar:
- Ensine a criança e o jovem sobre sua deficiência e sobre o que eles podem ver ou não poder ver bem (muitas crianças não têm consciência disso).
- Os alunos com baixa visão deverão trabalhar olhando para os objetos e para as
pessoas (algumas crianças apresentam comportamento de cegos, olham para o
vazio. Peça para que “olhe” o objeto ou pessoa em questão).
- Ajude-o a desenvolver comportamentos e habilidades para participar de
brincadeiras e recreações junto com os colegas, facilitando o processo de
socialização e inclusão.
- Oriente o uso de contraste claro e escuro entre os objetos e seu fundo.
- Estimule o aluno a olhar para aspectos como cor, forma e encoraje-o a tocar
nos objetos enquanto olha.
- Lembre-se que o uso prolongado da baixa visão pode causar fadiga.
- Seja realista nas expectativas do desempenho visual do estudante,
encorajando-o sempre ao progresso.
- Encoraje a coordenação de movimentos com a visão, principalmente das mãos.
- Oriente o estudante a procurar recursos como o computador pois, ele se
cansará menos e aumentará sua independência.· Pense nos estudantes com baixa
visão como pessoas que vêem.
- Use as palavras “olhe” e “veja” livremente.
- Esteja ciente da diferença entre nunca ter tido boa visão e tê-la perdido
após algum tempo.
- Compreenda que o sentido da visão funciona melhor em conjunto com os outros
sentidos.
- Aprenda a ignorar os comentários negativos sobre as pessoas com baixa visão.·
Dê-lhe tempo para olhar os livros e revistas, chamando a atenção para os
objetos familiares. Peça-lhes para descrever o que vê.
- Torne o “olhar” e “ver” uma situação agradável, sem pressionar.
OBS: Deve-se evitar fazer tudo pela criança com baixa visão para que ela não se canse ou se machuque. Ela deve ser responsável pelas próprias ações.
NÃO ÓPTICOS PARA BAIXA VISÃO
Os recursos não ópticos são aqueles que melhoram a função visual sem o auxílio
de lentes ou promovem a melhoria das condições ambientais ou posturais para a
realização das tarefas (podem ser efetuados pelo professor). (K.José et al). Os
meios para que se consiga esta melhora são:
- Trazer o objeto mais próximo do olho, o que aumenta o tamanho da imagem
percebida (ou seja, deixe a criança aproximar o objeto do rosto ou aproximar-se
para observar algo, como por exemplo, a lousa ou a TV);
- Aumentar o tamanho do objeto para que ele seja percebido.
CARACTERÍSTICAS DE MATERIAL IMPRESSO PARA BAIXA VISÃO
- Desenhos sem muitos detalhes (muitos detalhes confundem);
- Uso de maiúsculas;
- Usar o tipo (letra) Arial;
- Tamanho de letra em torno de 20 a 24 (ou seja, ampliada);
- Usar entrelinhas e espaços;
- Cor do papel e tinta (contraste).
FORMAS DE AMPLIAÇÃO
- Fotocopiadora;
- Computador;
- Ampliação à mão: é a mais utilizada e deve seguir requisitos como tamanho,
espaços regulares, contraste, clareza e uniformidade dos caracteres.
MATERIAIS
- Lápis 6B e/ou caneta hidrográfica preta;
- Cadernos com pautas ampliadas ou reforçadas;
- Suporte para livros;
- Guia para leitura;
- Luminária com braços ajustáveis.
MAIS SUGESTÕES
Nos CAPES pode ser encontrado o caderno com pauta ampliada (mais larga) para
alunos com baixa visão; mas também pode ser confeccionado utilizando o próprio
caderno do aluno riscando com uma caneta hidrocor preta uma linha sim, outra
não. Como normalmente os cadernos encontrados hoje em dia as linhas são claras,
não haverá problema pois, normalmente o aluno não consegue enxergar as linhas
mais claras somente as mais escuras e ele poderá escrever no espaço entre elas
(no caso utilizando 2 linhas).
Para alguns alunos é necessário um espaço maior entre as linhas; como não
encontramos este tipo de caderno no mercado pode-se utilizar caderno de desenho
ou encadernar um maço de sulfite, colocando capas (frente/verso) e em seguida
traçar as linhas mais espaçadas, como no exemplo abaixo 5 cm, folha por folha
(com lápis 6B) de acordo com a necessidade do aluno. As mães costumam colaborar
quando orientadas neste sentido.
Caso o aluno apresente além da baixa visão, uma dificuldade motora, pode-se
utilizar de letras móveis e letras recortadas em papel para que o aluno cole-as
no caderno, formando palavras, ao invés de escrever.
Para evitar o cansaço de estar constantemente com o rosto sobre o caderno,
pode-se utilizar um suporte para leitura encontrado em casas que trabalham com
artigos para deficientes visuais. Pode ainda ser confeccionado ou ser
utilizados livros, como suporte, embaixo do caderno para que este possa ficar
mais elevado.
O professor pode ainda confeccionar esta grade para facilitar a escrita do
aluno com baixa visão. Pode ser utilizado uma lâmina de radiografia, como na
foto, do tamanho da folha do caderno e com a mesma medida das linhas ou ainda
em papel cartão com cores que contrastem com o fundo branco da folha do
caderno. Para a leitura pode ser confeccionado no mesmo modelo, uma guia para
leitura utilizando-se somente uma linha vazada e à medida que o aluno vai lendo
a guia vai sendo deslocada para a linha de baixo, o que evita que ele se perca
durante a leitura.
O professor também pode se utilizar dos encartes que contém figuras grandes para trabalhar com o aluno com baixa visão para reconhecimento dos produtos e palavras conhecidas bem como com rótulos de embalagens que são utilizados em seu dia-a-dia. A medida que ele vai aprendendo a ver começará a identificar figuras cada vez menores.
O aluno pode recortar o produto que identificou visualmente e nomeá-lo. Posteriormente pode colocar as figuras em ordem alfabética criando um livrinho.
Pode-se ainda trabalhar com jogos pedagógicos.
Alunos especiais em sala de aula #dicas
Fonte: Pra Gente Miúda
Na
educação inclusiva não se espera que a pessoa com deficiência se adapte à
escola, mas que esta se transforme de forma a possibilitar a inserção daquela.
Para isso, algumas orientações são úteis. As que estão a seguir mesclam
informações do kit Escola Viva, criado pelo MEC em conjunto com a associação
Sorri Brasil, com indicações elaboradas pela Procuradoria Federal dos Direitos
do Cidadão. Vale lembrar que os serviços de apoio não substituem o professor da
escola regular.
Dicas e Sugestões – Deficiência Auditiva
Não se
esqueça, sempre fale de frente!
A escola
precisa providenciar um instrutor para a criança que não conhece a Língua
Brasileira de Sinais (Libras), mas cujos pais tenham optado pelo uso dessa
forma de comunicação. Esse profissional deve estar disponível para ensinar os
professores e as demais crianças. O ideal é ter também fonoaudiólogos
disponíveis.
Dicas:
1-
Consiga junto ao médico do estudante informações sobre o funcionamento e a
potência do aparelho auditivo que ele usa.
2-
Garanta que ele possa ver, do lugar onde estiver sentado, seus lábios. Ou seja,
nunca fale de costas para a classe.
3- Solicite
que o estudante repita suas instruções para se certificar de que a proposta foi
compreendida.
4- Use
representações gráficas para introduzir conceitos novos.
5-
Oriente o restante da classe a falar sempre de frente para o deficiente.
Dicas e Sugestões – Deficiência Visual
Como
trabalhar com alunos com Deficiência Visual?
Material
específico
A escola
deve solicitar à mantenedora o material didático necessário — regletes (régua
para escrever em braille) e soroban —, além da presença de um profissional para
ensinar a criança cega, os colegas e os professores a ler e escrever em
braille. O deficiente deve contar com tratamento oftalmológico e receber, na
rede ou em instituições especializadas, instruções sobre mobilidade e locomoção
nas ruas. Deve também conhecer e aprender a utilizar ferramentas de
comunicação, como sintetizadores de voz que possibilitam ao cego escrever e ler
via computador. Em termos de acessibilidade, o ideal é colocar cercados no chão,
abaixo dos extintores de incêndio, e instalar corrimão nas escadas.
Dicas:
1-
Pergunte ao aluno e à família quais são as possibilidades e necessidades dele.
2- A
melhor maneira de guiar o cego é oferecer-lhe o braço flexionado, de forma que
ele possa segurá-lo pelo cotovelo.
3-
Descreva os ambientes com detalhes e não mude os móveis de lugar com
freqüência. Os recursos didáticos aconselhados são: lupa, livro falado e
materiais desportivos como bola de guizo.
4- Busque
na turma colegas dispostos a ajudá-lo.
5-
Substitua explicações com gestos por atividades em que o deficiente se
movimente. Por exemplo: forme uma roda com a criançada para explicar o
movimento de translação da Terra.
Dicas e Sugestões – Deficiência Física
Como
trabalhar com crianças com Deficiência Física? Adapte os espaços!
Toda
escola precisa eliminar as barreiras arquitetônicas, mesmo que não tenha jovens
com deficiências matriculados. As adaptações do edifício incluem: rampas de
acesso, instalação de barras de apoio e alargamento das portas. No caso de
haver deficientes físicos nas classes, a modelagem do mobiliário deve levar em
conta as características deles.
Entre os
materiais de apoio pedagógico necessários estão pranchas ou presilhas para
prender o papel na carteira, suporte para lápis, computadores que funcionam por
contato na tela e outros recursos tecnológicos.
Dicas:
1-
Pergunte ao aluno e à família que tipo de ajuda ele precisa, se toma
medicamentos, se tem horário específico para ir ao banheiro, se tem crises e
que procedimento adotar se isso ocorrer.
2-
Aqueles que andam em cadeira de rodas precisam mudar constantemente de posição
para evitar cansaço e desconforto.
3-
Informe-se sobre a postura adequada do aluno, tanto em pé quanto sentado, e
garanta que ele não fuja dela.
4- Se
necessário, fixe as folhas de papel na carteira usando fita adesiva. Os lápis
podem ser engrossados com esparadrapo para auxiliá-lo na escrita, caso ele
tenha pouca força muscular.
5- Ouça
com paciência quem tem comprometimento da fala e não termine as frases por ele.
Dicas e Sugestões – Deficiência Mental
Deficiência
Mental – Tarefas individuais
Geralmente
os deficientes mentais têm dificuldade para operar as idéias de forma abstrata.
Como não há um perfil único, é necessário um acompanhamento individual e
contínuo, tanto da família como do corpo médico. As deficiências não podem ser
medidas e definidas genericamente. Há que levar em conta a situação atual da
pessoa, ou seja, a condição que resulta da interação entre as características
do indivíduo e as do ambiente. Informe-se sobre as especificidades e os
instrumentos adequados para fazer com que o jovem encontre na escola um
ambiente agradável, sem discriminação e capaz de proporcionar um aprendizado
efetivo, tanto do ponto de vista educativo quanto do social.
Dicas:
1-
Posicione o aluno nas primeiras carteiras, de forma que você possa estar sempre
atento a ele.
2-
Estimule o desenvolvimento de habilidades interpessoais e ensine-o a pedir
instruções e solicitar ajuda.
3-
Trate-o de acordo com a faixa etária.
Utilizando
um quebra-cabeça
Fazemos
muitas deduções quando executamos um quebra-cabeça porque já montamos um
anteriormente. Isto quer dizer que muitas pessoas que ensinam o manuseio deste
brinquedo ou tipos semelhantes às crianças, ensinam erradamente. Não é efetivo
espalharmos o quebra-cabeça quando o tiramos da caixa, com as peças todas
separadas na frente da criança, ou colocar talvez algumas peças juntas e
esperar que ela termine a montagem.
Comece de
outro jeito e as coisas ficam diferentes!
1. Monte
você mesmo o quebra-cabeça e converse acerca dele.
2. Tire
uma de suas peças.
3. Faça
com que a criança reponha a peça. Ela terminou? Diga-lhe que isso é um sucesso
alcançado!
4. Tire
outra peça, ou talvez a primeira que removeu e mais uma.
5. Faça
com que a criança complete o jogo. Ela teve sucesso mais uma vez!
6. Repita
a ação com outras peças.
Esta
técnica, chamada encadeamento é muito útil quando é importante evitar o
fracasso. Simplesmente, comece do fim e dê uma marcha ré. Isso é muito bom para
qualquer brinquedo seqüencial: um quebra-cabeça, um ábaco, jogos de construção
e muitos outros.
E no que
diz respeito ao estímulo?
Quando
alguma coisa nova for feita, elogie.
Quando
uma habilidade antiga for usada, fique apenas contente.
À medida
que uma habilidade nova se torna antiga, reduza o elogio pouco a pouco.
Lembre-se
sempre de manifestar o maior prazer quando aparecer uma habilidade nova – muito
elogio, um abraço, um doce.
Este seu
estímulo ficará associado à tarefa. Com o tempo a tarefa será executada, mesmo
com você ausente, devido a este estímulo lembrado. Então, embora talvez com
alguns poucos brinquedos, você verá a criança brincar. Não será mais uma
“tarefa” para nenhum de vocês dois.
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